Poemas Infantis

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NO REINO DO FAZ DE CONTA

Tire os pés do chão
e viaje no sonho.
Ligue a imaginação
enquanto componho.
Viaje num trem bala,
sem sair da sala.
Tira a fantasia
de dentro da mala.

O sonho se instala
com facilidade.
O perfume que exala
é de felicidade.

Tire os pés do chão
e entre no mundo
do faz de conta.

Lá tem sapo trapalhão,
cão vagabundo
e a bicharada apronta.

A.J. Cardiais
02.05.2012


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PROFISSÃO DE CRIANÇA

Criança adora ser herói...
E quer ser tanta coisa
que até dói.

Quer ser bombeiro,
policial, delegado,
médico, dentista,
engenheiro, advogado...

Se vai ao circo,
quer ser um trapezista.
Se gosta de um ator,
 quer ser um artista...

Nem falo em jogador,
porque todos querem jogar.
Um quer ser cantor,
porque gosta de cantar.

Se pega um trem,
logo quer ser maquinista.
Quando vê um caminhão,
sonha em ser motorista
e viajar por este mundão...

E assim segue a criança
        sempre mudando de profissão.            

A.J. Cardiais
02.05.2012



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O PUM DO GAMBÁ


O sapo encheu o papo
para coaxar
e recebeu um sopapo
de um gambá.

O gambá quer dormir
mas com barulho não dá.
Então o grilo a sorrir
começou a arreliar.

O grilo é tão engraçado,
que fez todo mundo gargalhar.
Mas o gambá, irritado,
com todos quis brigar.

Porém o gambá é tão fraquinho...
Como pode ele, sozinho,
enfrentar a bicharada?

O gambá olhou um por um...
Depois soltou um pum
que todos saíram em disparada.


A.J. Cardiais
02.05.2012



A Casa - Vinícius de Moraes

RIMANDO A CASA

Vamos brincar
de rimar.
Jogue a rima lá
jogue a rima cá.

A rima da porta
está toda torta.
A rima da janela
não é mais aquela.

A rima do portão
caiu no chão.
Pra rima a sala
fiquei sem fala.

Pra rimar o quarto
tive que ser farto.
A rima da cozinha
ficou bem  limpinha.

A rima do banheiro
está que é só cheiro.
A rima do quintal
está genial.

As rimas da casa
estão mandando brasas.
Use a imaginação
e crie asas.

A.J. Cardiais
30.04.2012




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O DESABAFO DE UM CÃO

Eu sou um cão...
Enquanto abano o rabo
para o meu patrão,
ele está é preocupado
se eu vi algum ladrão.

Ele só me deu abrigo
para ser seu guardião,
não seu amigo.
Me deixa acorrentado
para eu ficar estressado
e tornar-me agressivo.
Você não imagina
como é que eu vivo.

Eu gosto de passear, sabia?
Gosto de andar pelas ruas
e de sair mijando nos postes
para marcar como meu território,
o poste é o meu mictório.
                                  
Aqui eu como o pão
que o diabo amassou...
Quem foi que inventou
que um animal carnívoro
tem que comer ração?

Ração deve servir
para animais racionais.
Eu sou carnívoro, pô!
Para que servem os meus caninos?
Não é só para morder ladrão.

Pois é, patrão...
O senhor me decepcionou.
Dizem que o cão
é o melhor amigo do homem.
Mas o senhor
só é amigo de um cão:
O Demo. Meu nã
o.


A.J. Cardiais
13.04.2012




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A NUVENZINHA

Uma nuvenzinha
passeava sozinha...
Estava um céu lindo,
o sol estava abrindo.

O sol sorriu para ela
achando uma coisa bela,
aquele toquinho de algodão
passeando pela imensidão...


E lá ia a nuvenzinha
sentindo-se a rainha
antes que as outras chegassem.

O que mais ela queria
era que aquele dia
nunca mais terminasse.
A.J. Cardiais
12.04.2012





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POESIA PARA CRIANÇA


Poesia para criança
tem que ter esperança,
tem que ter fantasia
rimando com alegria;

Tem que ter muita cor
para colorir de amor;
Tem que ter gargalhada
pra ficar de alma lavada;

Tem que ter uma molequeira
que sirva de brincadeira;
Tem que ter algum mistério
para parecer que é sério;

E também algum insulto,
porque criança imita o adulto;
Porém, o que mais é preciso
é criar um paraíso.

A.J. Cardiais
12.04.2012




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O JAPONÊS TALVEZ


Era uma vez
um japonês
que não era maduro
nem era devez.

Tudo que lhe perguntavam
ele só dizia: Talvez!
Não tirava a dúvida
nem do freguês.

Quando o freguês perguntava
se o peixe estava bom,
ele respondia no mesmo tom:
Talvez!

E lá vai o freguês
mais uma vez
reclamar ao patrão
o que o japona fez...

O patrão, zangado,
chamou o japonês
e gritou para ele:
Viu o que você fez?
Por causa de você,
perdi mais um freguês!

Tantos foram embora
por culpa sua.
Se disser mais um "talvez",
eu te ponho na rua!

Estamos acertados?
Disse, fitando o japonês...
Este, olhando-o nos olhos,
respondeu: Talvez!


A.J. Cardiais
12.04.2012



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O DR. PROBLEMA

Eu sou o Dr. Problema...
Sou PHD em complicações.
A minha principal função
é dar trabalho.
Por onde eu estou,
sempre há confusão...
Dou trabalho ao empregado
e ao patrão.

Onde eu chego, nada fica parado...
Fica tudo agitado:
É gente correndo pra todo lado.
É gente chorando,
é gente rezando
e  fazendo promessa...
É confusão à beça.

Eu dou trabalho à policia,
dou trabalho ao doutor...
Eu deveria ser chamado
era de empregador,
tamanho à quantidade
de trabalho que dou.

Eu sou isso, sou trabalhador.
Dou trabalho para todo mundo:
Do servente, ao doutor

A.J. Cardiais


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A ARANHA E A MOSCA

A aranha espreita a mosca,
que não é besta
nem dorme de touca.

A mosca espreita a aranha
que na manha,
finge-se de morta.

A mosca, de touca.
A aranha, na manha...

A mosca se enrosca,
a aranha ganha.

A.J. Cardiais
26.06.2012


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O GATO E O RATO

Gato
rima com
rato.

Eles só rimam,
não brincam.
Eles brigam
de fato.

O gato
dá um salto,
abocanha o rato,
e fim de papo.

A.J. Cardiais
26.03.2012


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O GATÃO

Um gatão,
pula no chão,
observa-me assustado,
e faz xixi no portão.
Sem entender nada,
fico intrigado.

Olha-me com carinho
invade o canteiro
com o seu passinho
de gato matreiro.

Depois solta um miado
muito esquisito...
Eu fico assustado
e grito aflito:

Qual é a sua gato?
O que foi que te deu?
E ele volta, num salto,
por onde desceu.

A.J. Cardiais


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A PONTE APONTA

A ponte aponta pros lados.

É um risco atravessado,
ligando as pontas
de cada lado.

São braços abertos
que fazem os lados
ficarem perto.

A.J. Cardiais
11.03.2012


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CRIANÇA SE EXIBINDO

O antônimo de bonito
é feio.
O sinônimo de peito
é seio.

O antônimo de vazio
é cheio.
O sinônimo de metade
é meio.

O contrário de foi
é veio.
Pra mostrar que sei ler
eu leio.

A.J. Cardiais
10.05.2012



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A ROUPA DA MÚSICA


A música vivia
nua,
no meio
da sinfonia...

Encontrou
a poesia,
e vestiu
como sua.


A.J. Cardiais
23.03.2012



imagem: google - giro, de marcelo moura

HISTORINHA DA POESIA

A poesia de antigamente
era muito exigente.
Era mais matemática
do que poética.
Ela exibia uma plástica,
ela exigia um métrica.

Até chegar o Modernismo
e num ato de heroísmo
livrou a poesia
de todas essas vaidades...

Passados alguns anos,
outros poetas,
por capricho ou por engano
quiseram ditar
uma "nova" poesia...

Veio o Concretismo,
o Praxismo, o Poema/Processo...
Alguns queriam até
acabar com os versos...

Mas a Poesia, depois de liberta
não aceitou essas linguagens.
Viu que eram bobagens
de alguns poetas elitistas...

Pegou suas malas
e fez várias viagens...
Visitou novas paisagens
e misturou-se aos plebeus...

E dessa mistura
nasceu muita loucura,
muitos poemas pobres...
Inclusive, os meus.






PALAVRA, UM POEMA SUPÉRFLUO

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei as poesias de A J Cardiais!